Desde que o mundo é mundo, existe uma luta entre o bem e o mal. Esta luta, permanece dentro e fora do homem através dos tempos.
O Cavaleiro Templário precisa travar uma luta constante para vencer os velhos vícios, o velho homem. Só assim, pode surgir em si o novo homem. Disse Buda: “É mais forte o homem que vence a si mesmo do que aquele que vence mil homens em combate”.
Todas as vezes que os Irmãos maiores voltavam do campo de batalha no período Medieval afirmavam “vencemos o inimigo menor, continuemos o combate com nosso maior inimigo, aquele que está dentro de nós mesmos”.
Jesus falou a Nicodemos: “É preciso nascer em espírito para entrar no reino do céu”. Esse reino não está fora, mas dentro do próprio homem. Compreendendo isso, o Cavaleiro Templário dá um importante passo para sua ascensão espiritual, para se tornar um guerreiro da luz, preparado para qualquer embate. Não conhece nenhum medo, não teme a nenhum mal.
Jesus explicou ao doutor da lei que sem o renascimento não é possível acender ao espírito, disse ainda que Deus é espírito e que através do espírito é possível falar com Deus.
Quanto a luta externa, temos assistido o colapso do capitalismo e o homem não descobriu ainda como resolver o problema criado pelo próprio homem. O homem parece não querer enxergar que a solução de todos os seus problemas e males se encontra na pratica dos dois princípios básicos ensinados pelo Mestre dos Mestres para a evolução da humanidade: Ter “temor a Deus” e “amor ao próximo”.
A Cavalaria atual precisa compreender que não se combate o mal que assola o mundo, com a espada do guerreiro, mas, sim, com a misericórdia e o amor do monge.
“Na casa de meu Pai existem muitas moradas”, disse Jesus. Portanto, são os passos dados na terra que conduzem o Cavaleiro para a casa do Pai ou se dEle se distanciar para a senzala espiritual. A lei do livre arbítrio dá ao Cavaleiro o direito da escolha.
“Tudo que ligares na terra, será ligado no céu e, tudo que desligares na terra, será desligado no céu” essas palavras do Mestre Jesus são claras e visam mostrar ao Cavaleiro que somente matando o ego é possível florescer o Eu Divino. A casca deve morrer, para que a semente possa brotar. O Cavaleiro necessita se desligar das coisas materiais e se ligar nas coisas espirituais, no fortalecimento do seu espírito.
Enganasse o Cavaleiro achando que para trilhar o caminho indicado pelo Mestre é preciso abandonar tudo, se tornar um eremita, desprovido de conforto físico e espiritual. Nossos Irmãos Maiores nos ensinaram ao adquirirem milhares de propriedades e bens por toda a Europa, que os bens devem servir para servir e não para ser escravos deles. Assim, possuíam muitos bens, mas nunca se deixaram ser escravizados por eles. Se mantiveram fiéis como “pobres Cavaleiros de Cristo”. Adquiriram a consciência de que eram tomadores de conta daquilo que o Senhor lhes confiava. Que desta terra nada se leva de bens materiais, mas, os bens que nela se praticam, são verdadeiros tesouros que enriquecem o espírito do Cavaleiro para a vida vindoura.
Em seu Evangelho Espiritual e Esotérico, João, o Apóstolo amado de Jesus ensina do primeiro ao vigésimo primeiro capítulo que é preciso renascer para se transformar em “filho de Deus”, em um novo homem, em um iniciado Crístico.
Em sua primeira manifestação como o Cristo, Jesus transmuta água (matéria) em vinho (espírito), e assim inicia sua jornada Iniciática, convocando-nos a seguir os seus passos, a nos transmutar no processo alquímico de seus ensinamentos.
É preciso escolher a que senhor se quer servir!
Um Cavaleiro Templário deve ser um exemplo para os demais. Precisa esforçar-se na pratica das sete virtudes. Deve honrar o Código Templário. Deve se colocar diante do altar e dizer de corpo, mente e alma: “Eis-me aqui Senhor”, estando sempre pronto para a batalha em favor do triunfo do bem.
Suas vitórias e conquistas devem ser pela honra e glória do Senhor e nunca por si mesmo.
Um Templário deve colocar os seus bens, a sua sabedoria e todo o seu ser em favor das causas de Deus.
Ser um Templário é estar sempre de prontidão para servir onde e quando for chamado.
A maior vitória do Cristo deu-se quando Ele declarou: “Ei vencido o mundo! ” Tais palavras passam por despercebidas pela maioria da humanidade.
Um Templário precisa compreender que o Comandante da Milícia Branca da qual faz parte, foi fiel a Deus até o último de seus instantes na terra. Dando assim, o maior de todos os exemplos de amor ao pronunciar antes do suspiro derradeiro as palavras “Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. E por que fez isso? Para nos mostrar que não se combate o mal com o mal, mas com o bem, com amor e compaixão.
A previsão é que quando vier o Filho de Deus todos que aqueles adquiriram a consciência de que o bem deve prevalecer sobre a terra cavalgaram ao Seu lado para o triunfo final.
Portanto, um Templário deve ter a consciência de que por seus frutos será reconhecido e por suas ações se dará a conhecer.
Desta forma, necessita treinar para vencer um por um de seus inimigos internos, segundo um plano que ele mesmo deve estabelecer agora mesmo e se não o fizer sua batalha haverá sido perdida de antemão.
Um Cavaleiro Templário deve se convencer de que precisa mudar sua forma de ser e de agir, que deve se regenerar, porque se não tiver o verdadeiro desejo de mudar, de ser outro, de superar-se, para que servirá a sua Iniciação?