A absolvição dos Templários

O Pergaminho de Chinon descoberto investigadora italiana, Barbara Frale, em 2002 no Archivum Secretum Apostolicum Vaticanum – Archivum Arcis, Arm. D217 o qual é assinado, por vários representantes do Papa, entre eles o Cardeal Berenguer, legado do Papaconfirmou a inocência dos Cavaleiros Templários, que teriam sido mortos acusados de blasfémia e heresia.Durante as Cruzadas os Templários foram o braço armado da Igreja em defesa dos cristãos em peregrinação à Terra Santa e a outros lugares sagrados para o cristianismo. Em 1314 o Papa Clemente V, por ocasião do golpe impetrado pelo rei da França Filipe IV, o Belo viu-se “obrigado” a omitir-se diante das acusações do rei temendo por sua vida. Face ao ocorrido, Jacques De Molay e vários Irmãos foram mortos nas fogueiras da Inquisição.

Em 2007, a Rede Globo anunciava através do jornalista João Victor Haun o início da venda do livro sobre a absolvição dos Templários, fato também noticiado pela imprensa de todo o mundo, o que demonstra a importância da Ordem Templária na história da humanidade. A seguir o link da reportagem da Globo naquele dia:

https://www.youtube.com/watch?v=yd_2ClghVzo

Quando o Papa Benedito XVI, hoje Papa Emérito da Igreja de Roma autorizou a venda do livro que teve uma edição restrita de 799 exemplares ao custo de R$ 15 mil cada cópia reconheceu a inocência dos Templários, que durante dois séculos foram aliados da Igreja.

Também o Papa Francisco reconheceu os erros da Igreja relacionados à Idade Média e pediu desculpas públicas em nome da Igreja pelos crimes que foram cometidos.

Apesar da publicação do livro e do reconhecimento da inocência dos Templários pelos Papas Bento XVI e Francisco a falta da publicação de uma Bula ou um documento específico da Igreja de Roma ainda tem mantém o caso insolúvel para os Templários que aguardam a publicação de tal documento.

Por outro lado, o Papa Patriarca de Alexandria e de toda a África da Igreja Ortodoxa Grega Parthénios III restaurou canonicamente a Ordem em 29 de dezembro de 1992, transformando a Ordem numa Irmandade Universal de leigos, (“coma missão de testemunhar e difundir o Evangelho, bem como uma vocação própria a de procurar o Reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus”), alegando que “as antigas regras de São Basílio e de São Bernardo são aceites como caminhos para a perfeição espiritual desta cavalaria da paz”.

Transcrevemos a seguir o conteúdo da tradução do documento de Chinon, datado de 20 de agosto de 1308 no trecho que trata do depoimento do Grão-Mestre Jacques De Molay. Este e outros depoimentos constantes do documento de Chinon e podem ser encontrados no livro “O perdão dos Templário”, da Editora Zéfiro.

Então no vigésimo dia do mês, em nossa presença, e na presença dos tabeliões e das mesmas testemunhas, o irmão-cavaleiro Jacques de Molay, Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros do Templo apareceu pessoalmente e jurando na forma e na maneira descritos acima, e sendo questionado diligentemente, disse que quarenta e dois anos ou, perto disso, quando foi recebido como um Irmão da Ordem dita pelo irmão-cavaleiro Hubert de Pérraud, naquele tempo Visitador da França e de Poitou, em Beune, diocese de Autun, no chapel do comanderia local do Templo desse lugar. A respeito da maneira de sua iniciação na Ordem, disse que quando recebeu o manto o receptor lhe mostrou a cruz e disse que renunciasse o Deus cuja imagem estava descrita nessa cruz, e que deveria cuspir na cruz. O qual, não cuspiu na cruz. Ele foi questionado diligentemente a respeito do pecado de sodomia, da cabeça adorada e da prática dos beijos ilícitos, disse que não sabia sobre aquilo. Quando lhe foi perguntado se confessou estas coisas devido a um pedido, recompensa, gratidão, favor, medo, ódio ou persuasão por alguma outra pessoa, ou o uso da força, ou medo da tortura ou impedimento, respondeu que não.

Quando lhe foi perguntado se, após sua prisão, foi submetido a qualquer questionamento ou tortura, respondeu que não. Após isto, nós concluímos em estender a misericórdia de absolvição por estes atos ao irmão Jaques de Molay, o Grão-Mestre da Ordem mencionada, na forma e na maneira descritas acima, o mesmo renunciou em nossa presença a heresia descrita e qualquer outra, e jurou em pessoa sobre o Evangelho Sagrado do Senhor, e pediu humildemente a misericórdia da absolvição, restaurando-o à unidade com a igreja e restabelecendo-o à comunhão dos sacramentos da igreja.